Especialistas afirmam que alimentação balanceada e respeito à personalidade dos animais são essenciais para sua felicidade e saúde.

Os animais de estimação conquistaram espaço de filhos nos lares brasileiros e seu bem-estar depende de cuidados físicos, emocionais e respeito ao seu jeito de ser. Foto: stock.adobe.com
Uma pesquisa recente da Quaest, de julho de 2024, mostrou que 94% dos brasileiros têm ou tiveram um animal de estimação em casa. Quando questionados, 98% dos respondentes afirmaram que os pets proporcionam mais felicidade e, para 93%, são como membros da família.
Essa afirmação é confirmada pela pesquisa sobre medição de qualidade de vida em cães e gatos, publicada em 2022 pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos: “Devido ao intenso vínculo humano-animal, os animais de estimação são frequentemente considerados membros valorizados e respeitados da família”, e justamente por isso “cuidar de um animal de estimação querido com uma doença pode ser desafiador para muitos donos de animais de estimação”. Daí a importância em reconhecer as necessidades básicas para manter a qualidade de vida dos bichanos ao longo da vida.
O médico veterinário e professor da Royal Veterinary College, da Universidade de Londres, Dr. David Church, afirma em seus estudos e publicações científicas que a produtividade animal depende, de maneira decisiva, do aproveitamento dos nutrientes ingeridos por meio da alimentação, bem como da sanidade, manejo e potencial genético dos animais.
Trata-se, portanto, de um conjunto de fatores que devem tornar o ecossistema onde vive o pet saudável e acessível, a começar pela alimentação.
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No entanto, para além de refeições adequadas e do acesso à hidratação, a socialização, o livre espaço para brincar e o respeito à personalidade do animal de estimação, garantem a felicidade e, consequentemente, a qualidade de vida dos pets.
Uma análise do Centro Veterinário Longwood, localizado na Pensilvânia, nos Estados Unidos, mostra que a socialização de animais de estimação, por exemplo, é importante por muitas razões, a começar pelo desenvolvimento da capacidade de reagir ao mundo de forma saudável, sem medo ou agressão. Neste caso, fechando a lupa no universo canino, a privação de convívio com outras pessoas e até animais pode levar ao medo em novas situações, como conhecer novas pessoas, estar perto de outros animais ou visitar novos lugares. Além disso, há ainda o benefício de melhor gestão das emoções como redução da ansiedade e estresse por separação.
Algumas dicas para incorporar a socialização na rotina de cães e gatos, por exemplo, são compartilhadas pelo Centro Especializado em Animais de Estimação, como visitas a parques e creches específicas, passeios em trilhas e praias pet friendly e até mesmo encontros com amigos e familiares que tenham uma rotina de socialização com seus pets.
Um ponto importante que precisa protagonizar na lista de cuidados com os pets é o respeito à personalidade e seus limites. A treinadora profissional, certificada de cães, Jill Haley Rose, que é fundadora da Paws of Nature Dog & Cat Behavior and Training Services, afirma que, apesar de os humanos terem por hábito beijos e abraços em cães e gatos, muitos deles não gostam e sinalizam quando não se sentem confortáveis por meio de sinais, como, lambida rápida dos lábios ou do nariz, bocejo ou enrijecimento dos músculos ou até mesmo a forma de olhar como se estivesse “arregalando” os olhos.
Além disso, o Centro Veterinário Longwood recomenda que se um animal de estimação parecer assustado, irritado, ansioso ou chateado em algum momento ao ser apresentado a outro pet, é imprescindível afastá-lo e levá-lo novamente à sua zona de conforto. Se for filhote, a dica é ainda mais preciosa, já que evita traumas e, consequentemente, resistência em futuras socializações.
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