Ter animais de estimação em casa é um hábito que vem se tornando cada vez mais comum e até natural entre as pessoas. De acordo com dados do Censo Pet 2021, do Instituto Pet Brasil, os principais pets que ocupam os lares brasileiros são os cães, que lideram o ranking (58,1 milhões), seguidos das aves (39,8 milhões), gatos (27,1 milhões), peixes (20,8 milhões) e os pequenos répteis e mamíferos (2,5 milhões).
Aranhas como as caranguejeiras conquistam tutores exóticos por seu comportamento silencioso e aparência imponente, exigindo manejo cuidadoso e ambiente adequado. Foto: stock.adobe.com
Até aí, os dados não surpreendem, especialmente por configurarem o topo da lista animais domesticados há milhares de anos. O cachorro, por exemplo, de acordo com recente pesquisa da ENS de Lyon, publicada na revista especializada Royal Society Open Science, o melhor amigo do homem começou a se desenvolver como subespécie, iniciando uma dinâmica de domesticação, há cerca de 15 mil anos.
Apesar dessas espécies serem as mais procuradas, os bichanos considerados exóticos também já fazem sucesso no país.
Exemplos surpreendentes de companhias não convencionais vão desde ouriços a porcos vietnamitas e aranhas.
Esses relacionamentos, às vezes incomuns, revelam a diversidade de espécies que compartilham nosso planeta e mostram que o amor pelos animais transcende barreiras tradicionais.
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Um exemplo é o ouriço africano. Conhecido como ouriço pigmeu africano, essa espécie tornou-se um animal de estimação em muitas partes do mundo. Sua domesticação nos Estados Unidos foi iniciada em meados da década de 1980, de acordo com estudo publicado pela Universidade do Sul de Santa Catarina.
E, justamente por ser uma domesticação recente, a espécie ainda apresenta comportamento selvagem, incluindo medo de predadores – especialmente os humanos. A recomendação, neste caso, é comprar de criadores responsáveis e pesquisar sobre manejos e cuidados para oferecer qualidade de vida ao pet e criar uma relação de confiança.
Um levantamento realizado pela nossa redação constatou que, para ter um ouriço licenciado pelo IBAMA, o recomendado é buscar por criadouros chancelados pela autarquia, como o Criadouro Malawi, que, para além do ouriço pigmeu africano tem licença para comercializar animais exóticos. Todos podem ser vendidos somente para pessoas acima dos 18 anos, e os tutores são selecionados por meio de entrevistas que podem acontecer pessoalmente ou por chamada de vídeo.
Com seus espinhos inofensivos e hábitos noturnos, essas pequenas criaturas conquistaram muitos corações.
Uma dica dada pela Pet Supply Company, especialista norte-americana em nutrição de animais exóticos, é manter o ouriço africano domesticado em temperaturas acima de 22ºC e manter uma dieta rica em proteínas e com baixo teor de gordura, com petiscos que lembram seu habitat natural, como larvas de farinha, carnes cozidas sem tempero e pequenas porções de frutas ou vegetais.
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Outro pet exótico, que saiu da fazenda para o sofá da sala, são os porcos vietnamitas. Eles são um exemplo de animais de estimação, não convencionais, conhecidos por sua inteligência e personalidade. Esses porquinhos se adaptaram bem à vida em ambientes domésticos e são de baixa complexidade em cuidados.
O hobista de animais exóticos Caio Reimão conta que “diferente dos animais convencionais como cães e gatos, esses mini porcos não soltam pelos, que são mais grossos e duros do que dos cães e gatos, por exemplo”, afirma ele, que conta: “atualmente aqui no Brasil existe uma marca exclusiva de shampoo e condicionador para porcos criado por uma médica-veterinária especialista em porcos.
E, assim como os cães e gatos, os porcos vietnamitas também precisam ser vacinados, desparasitados e passar por consultas médicas sempre que necessário.
Para manter uma alimentação saudável, a recomendação é investir em diversidade de hortaliças, frutas e verduras.
Curiosidade: eles são bastante higiênicos e costumam fazer suas necessidades em locais designados, lembrando os gatos neste caso, como em caixas de areia, por exemplo.
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Uma publicação de 2019 da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais revelou que o mini porco de estimação pesa entre 25 a 35 quilos e pode viver uma média de 15 anos. Quanto ao tamanho, eles chegam, na fase adulta, entre 40 e 50 centímetros de altura e 80 e 90 centímetros de comprimento.
A publicação recomenda ainda que, de acordo com especialistas, eles devem ser mantidos preferencialmente em ambientes separados dos cães.
A decisão de adotar um animal de estimação exótico deve ser bem pensada e os cuidados priorizados, assim como acontece com cães e gatos. Caio recomenda que os interessados e criadores procurem sempre um médico veterinário para fazer a dieta do pet, já que cada animal tem necessidades especiais e a dieta é personalizada para cada espécie.
