ONGs e tutores transformam a vida de milhões de pets abandonados no Brasil com resgates, adoções responsáveis e histórias emocionantes de recomeço
O famoso “cachorro caramelo” se tornou um símbolo brasileiro por sua personalidade, geralmente dócil, e por ser visto em quase toda esquina. Mas, ao olhar para esse fato com atenção, nos acende um alerta com relação à quantidade de animais em situação de rua.
Adoções responsáveis mudam vidas: pets que sofreram nas ruas hoje vivem com amor, cuidado e segurança em lares cheios de carinho. Foto: gerada digitalmente.
O relatório do Índice de Abandono Animal no Brasil, um projeto global liderado pela Mars (uma das maiores empresas de bens de consumo do mundo, conhecida principalmente por seus produtos de alimentos, pet care) em parceria com especialistas e organizações de bem-estar animal, estima que haja cerca de 30,2 milhões de cães e gatos abandonados no país. Esses animais ficam expostos a doenças, acidentes, maus-tratos, agressões, fome, sede, frio, calor e a todo tipo de violência.
O estudo aponta que desse total, cerca de 185 mil deles encontram-se abrigados. ONGs dedicadas à proteção e bem-estar dos animais desempenham um papel fundamental na promoção dos direitos dos animais, resgate de bichos em situação de risco, campanhas de conscientização e adoção responsável.
A adoção de animais de estimação é uma tendência que foi potencializada durante a pandemia, chegando a um aumento de 400%, segundo a União Internacional Protetora dos Animais. Mas é preciso continuar incentivando a atitude de oferecer um lar seguro aos animais abandonados.
Quando se trata desses bichos, por vezes, a história deles começa em um lugar de sofrimento e abandono, porém, é surpreendente ver como a vida pode mudar drasticamente quando pessoas compassivas e dedicadas entram em cena.
Animais de rua são uma visão triste em muitas cidades ao redor do mundo. No entanto, algumas organizações e indivíduos estão empenhados em resgatar esses pets, proporcionando a eles uma segunda chance na vida.
Eduarda Soares é estudante de jornalismo e amante de gatos, e conta que começou sua história com os bichanos resgatados ainda na casa dos pais. “Meus pais nunca quiseram gato, até uma gata grávida surgir na nossa casa e ter 4 filhotes”. Prontamente, a família acolheu e ajudou os bichinhos, porém depois eles acabaram sendo doados.
Mas o episódio mudou as coisas. “Desde então, meus pais têm gato. Depois adotamos a Pérola, que surgiu na nossa porta ainda filhote, e a Hope, que achamos também filhotinha num dia de chuva. Ela estava miando, toda molhada e cheia de medo”. Eduarda conta que o pai se negou a aceitar mais um animal e, então, a família a doou para a faxineira. Porém, quando ela foi buscá-la, menos de 24 horas depois, o pai voltou atrás e se negou a entregar a gatinha, que vive com eles até hoje.
Morando em seu próprio apartamento, atualmente, a estudante divide o lar com o namorado e outras duas gatas: Ashoka e Léia, que completam a família. Ashoka, a primeira a chegar, tem pouco mais de 1 ano de vida e teve uma nova chance. “Quando pegamos, ela era bem filhotinha. A vizinha da minha sogra a encontrou no meio do mato, largada à própria sorte e correndo vários riscos. Ela acabou chegando a nós por intermédio dessas pessoas”, relembra.
Léia, que tem 2 anos, foi adotada já adulta, há pouco mais de um mês, através da ONG Patinhas Unidas, de Niterói. “Por não ser mais um filhote, ela ficou bastante tempo disponível para adoção”, menciona Eduarda. Mas isso não foi um problema para a estudante e o namorado.
Muito amadas e saudáveis, hoje, as gatas contam com espaço, brinquedos, atenção, visitas periódicas ao veterinário, alimentação adequada e muito amor e carinho, e elas retribuem. “Elas são parte da família. Às vezes até as chamo de filhas”, completa.
No cenário de altas taxas de animais abandonados, as Organizações Não-Governamentais (ONGs) representam esperança para muitos animais. As ONGs são importantes agentes da causa animal, despertando a conscientização de pessoas por meio de iniciativas educativas, castração e promoção de adoção. Dessa forma, elas contribuem para o controle do nascimento de novos indivíduos na rua, de zoonoses, além da diminuição do número de animais abandonados por meio da adoção, como aconteceu com a gatinha Léia.
Uma dessas organizações é a Patinhas Unidas que atua em São Paulo resgatando, reabilitando e promovendo adoção responsável de cães que, após o resgate, são tratados, vacinados e castrados, indo saudáveis para o novo lar. Marcia Leone, idealizadora e responsável pelo projeto, iniciou na proteção animal em 2008 como voluntária em uma outra ONG e desde então, junto a outros voluntários, já viabilizaram lares para cerca de 2600 animais.
Ela conta que diariamente recebe contatos de famílias que não querem mais os seus animais, seja de raça ou não, sobretudo quando envelhecem e exigem mais cuidados. Muitos acabam sendo abandonados, o que representa um grande desgaste para o animal. Para Marcia, cães que nascem em situação de rua crescem acostumados com esse ambiente e sua dinâmica e, por isso, têm maiores chances de sobreviver. Já os animais criados em casa, geralmente morrem em poucos dias, se forem deixados na rua. “É graças às ONGs que a situação de animais abandonados não é muito pior no Brasil”. E para se manter funcionando e transformando a vida desses animais, essas instituições dependem do apoio e doações da população.
O bem-estar dos animais é responsabilidade de toda a sociedade. Como amantes dos animais, as pessoas não devem limitar o cuidado e respeito apenas aos seus próprios pets, mas devem doar seu olhar atento à significativa população de animais que vivem nas ruas. Conscientizar familiares e amigos sobre os problemas do abandono de animais é uma importante ação no combate a esse mal. Além de adotar com responsabilidade, uma outra forma de ajudar é por meio das ONGs, que recebem doações, contam com espaços para voluntários que têm interesse em ajudar de alguma forma e até fazem parcerias com empresas para garantir os itens necessários aos animais. Até mesmo visitar esses locais para distribuir carinho entre os abrigados pode fazer a diferença no dia deles e ser parte da sua nova história.
Confira abaixo uma lista de ONGs que você pode conhecer e apoiar:
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