Quando o assunto é vacinação em pets, cães e gatos costumam ser o foco das preocupações. No entanto, tutores de pets silvestres e exóticos ainda têm dúvidas sobre os cuidados necessários com essas espécies menos convencionais. Será que coelhos, répteis ou porquinhos-da-índia também precisam ser vacinados?

Nem todos os pets precisam de vacina, mas todos exigem cuidados específicos, higiene adequada e acompanhamento veterinário para garantir saúde e bem-estar. Foto: stock.adobe.com
Segundo o médico veterinário Evandro Canelo, especializado em medicina de animais silvestres da Vet Sauvage, em Uberlândia, essas espécies não exigem vacinação no Brasil, por uma questão tanto biológica quanto regulatória.
“Porquinhos-da-índia, chinchilas, hamsters, gerbils, ratos, coelhos, camundongos, répteis e peixes ornamentais não possuem vacinas homologadas no país. Já os ferrets (furões), cães e gatos, esses sim precisam ser vacinados”, explica o profissional.
Confira tabela quadro abaixo:
| Tipo de pet | Precisa de vacinas? | Tipo de vacina |
|---|---|---|
| Ferret (furão) | Sim | Raiva, cinomose |
| Porquinho-da-índia | Não | – |
| Peixes ornamentais | Não | – |
| Cães | Sim | V8/V10 (vírus da cinomose, parvovirose, hepatite canina etc.), raiva |
| Gatos | Sim | V3/V4 (vírus da panleucopenia, rinotraqueíte, calicivirose), raiva, leucemia felina (opcional) |
| Coelhos | Não | – |
| Aves domésticas (como periquitos, canários etc.) | Não | – |
Embora algumas espécies de pets não possuam vacinas amplamente disponíveis no Brasil, há avanços significativos em pesquisas para o desenvolvimento de imunizações específicas. Um exemplo notável é a parceria entre a Associação Científica Brasileira de Cunicultura (ACBC), a farmacêutica Belcher Pharmaceuticals do Brasil, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM). Em agosto de 2024, essas instituições assinaram um acordo para o desenvolvimento e importação de vacinas contra mixomatose e doença hemorrágica viral dos coelhos (RHDV2), doenças virais de alta mortalidade que afetam coelhos. Embora essas vacinas ainda não estejam homologadas no Brasil, a parceria sinaliza avanços promissores para a saúde cunícola no país.
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Para aves, especialmente psitacídeos como periquitos e calopsitas, existem vacinas disponíveis internacionalmente. No entanto, no Brasil, a vacinação para estas espécies não está disponível.
Mesmo diante da ausência de vacinas específicas, os cuidados com esses pets não devem ser negligenciados. De acordo com Evandro, o risco de doenças infecciosas e zoonóticas permanece, o que torna essencial o acompanhamento veterinário regular para garantir a saúde do animal e a segurança do ambiente em que vive. Além disso, manter o espaço limpo e adequado às necessidades biológicas de cada espécie é fundamental para seu bem-estar e longevidade.
Diante de um cenário de constante evolução, ao adquirir um pet não convencional, é importante estar atento às possíveis modificações na regulamentação e à inclusão de novas vacinas homologadas no país. A legislação sanitária sofre atualizações frequentes, e estar bem informado é parte da responsabilidade dos criadores e veterinários. Para informações atualizadas sobre vacinas autorizadas, consulte os canais oficiais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), órgãos responsáveis pela regulamentação de produtos veterinários no Brasil.